Ah, que saudades do deputado Francisco Guedes de Queiroz que, na presidência da Assembléia Legislativa do Estado, 1985/1986, sempre na oposição, mesmo fazendo parte do governo, no época do bi-partidarismo, - MDB, da oposição, e ARENA, do governo - tomou a decisão de vender e vendeu os carros opalas com chapas brancas, dos deputados!
Ah, que saudades de seus discursos inflamados, criticando bravamente a ditadura ou clamando em favor do modelo Zona Franca de Manaus, tendo como testemunhas o povo que lotava as galerias!
Que saudades da dupla Francisco Queiroz, na ALE, Joel Ferreira, na Câmara Federal, repercutindo todos os discursos pronunciados por Chico Queiroz, sempre inflamados, puxando para a letra “L”, quando queria destacar alguma coisa de forma mais incisiva!
O que falar contra o deputado Natanael Rodrigues e sua esposa Maria Júlia! Ah, que saudades!
Amine Lindoso, Socorro Dutra, Beth Azize e Beth Suely, mulheres que em seu tempo honraram os seus mandados com dignidade! Saudades de todas elas até hoje tenho!
Ah, que saudades do deputado poeta Homero de Miranda Leão e seus discursos irretocáveis, eloquentes e precisos, misturando poesia com política e nem assim fugindo do seu ofício. O gentleman Homero de Miranda Leão, sempre preocupado com a sua cidade natal, Maués, a quem dedicou o livro “Velha Mundurucânia”. Saudades!
Que saudades de deputado estadual, e depois prefeito Carlos Esteves, também de Maués! Foi um político brilhante e também comprometido com o povo da “terra do guaraná”.
Muitas saudades tenho dos deputados Waldir Barros, Damião Ribeiro, José Belo Ferreira, Aloísio Oliveira. E tantos outros! De todos, tenho saudades! Eles e tantos outros da mesma época, discursavam de improviso, eram aplaudidos nas galerias e eram geniais!
Ah, que saudades de João Valério, que começou a carreira política como vereador em Itacoatiara, em 1952, pelo PTB, do qual se desfiliou por brigas políticas internas, indo para o PL. Em 1958 elegeu-se deputado estadual no Amazonas, transferindo-se para Manaus, onde passou a lecionar História no Colégio Amazonense Dom Pedro II. Formou-se pela Faculdade de Direito em 1970.
Com o golpe militar no Brasil, o deputado que apoiava o governador Plício Ramos Coelho, cassado pelos militares, passou a ser visado, sofrendo prisão domiciliar por 37 dias, em sua casa, no bairro de Adrianópolis, onde foi obrigado a queimar todos os seus livros sobre os movimentos de esquerda.
Apesar de não ter sido cassado pelos militares, continuou sendo vigiado. Em 1966 ajudou a fundar o MDB no Amazonas. Com esse não convivi, vivi e nem foi de minha época, mas também me é de saudosas lembranças!
Ah, que saudades de políticos sérios, honestos, probos, que não se dobravam a quem estava exercendo o poder. Apesar das muitas tentativas.
Na época, eles tinham pouca mídia, não se expunham em programas televisivos, mas empolgavam pelas suas oratórias esplendidas.
Mais recentemente, o que dizer do deputado e advogado Félix Valois Coelho Júnior, orador nato, com capacidade jurídica induvidosa, vindo de uma família de políticos no antigo Território Federal de Roraima, cujo nome do pai foi dado a uma rua no hoje Estado de Roraima!
Que saudades dessa época deliciosa quando o político se impunha pelo respeito, pela oratória, pelas palavras certas pronunciadas nas horas corretas!
O que dizer contra o desempenho do senador Arthur Virgilio Filho, que depois foi honrado pelo também senador Arthur Virgílio Neto!
Ah, que saudades dessa época em que o político era comprometido com o povo e não com o bolso!
É triste ver a que chegou a legislatura atual, com raras e honrosas exceções, como alguns deputados, mas muito poucos, que honram o mandato do povo e, dentre estes, estão os deputados Luiz Castro e o professor Sinésio Campos, que até hoje reside no bairro São José, de onde representa aquela comunidade! Não perdendo a sua simplicidade até os dias atuais.
Ah, que saudades! Ah, que nostalgia! Ah, que lembranças gostosas, mas doloridas de um passado bem recente que se acabou e nunca mais voltará!
A impressão que o eleitor tinha naqueles idos é que o candidato já se elegia com selo de qualidade! Não posso dizer o mesmo de todos os políticos de hoje!
Boa tarde, vendo sua referência ao Deputado Waldir Barros poderias me dizer quem foi seu vice quando candidato á prefeitura de Presidente Figueiredo nas eleições municipais de 1988. É que estou tentando resgatar um pouco da nossa história e essa é uma das lacunas. Grato. Meu email: virgilioreis@gmail.com - resido em Presidente Figueiredo onde promovemos a Biblioteca Munguba.
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