Envelheci 19 anos ao
lado do meu filho, mas o tempo deixa de existir quando se vive nele e em função
de um filho. Mas tudo ocorreu há 19 anos
e tudo parece que foi ontem.
Lembro-me do nosso filho
nascendo todo roxo, enrolado no pescoço pelo cordão umbilical e sua mãe Yara
Queiroz recuperando-se da anestesia, perguntando-me através de um se bilhete se
era lindo e eu respondendo que sim, masque estava um pouco roxo e inchado. Você
veio ao mundo pelas mãos do médico Gerson Mourão. Ficamos felizes, mais sua mãe
do que eu, ao saber de seu sexo no exame de ultrassom. Desejava uma menina, mas
a sua mãe queria um homem. A Yara já tinha uma filha mulher, a hoje psicóloga e
cantora Bella Queiroz.
Depois, lembro-me de um
enfermeiro dando-lhe mamadeira com o leite de peito. Na saída do Hospital da Unimed, foi consagrado
ao Divino Espírito Santo pela avó Maria Luiza de Souza Queiroz. Ah, que
saudades do seu sorriso inocente nos acordando com palmas, sorrisos e música
produzida por brinquedos de cordas colocados sobre o berço pela sua babá Miraceli
Ferreira, que você as puxava com alegria. Ah, como queria que o tempo voltasse
só vê-lo criança de novo, acompanhar melhor e mais presente todo seu
desenvolvimento. O tempo passa rápido, mas as lembranças ficaram e as guardo em
um computador danificado por onze cirurgias no cérebro desde 2006, vítima de
empiema cerebral, de origem até hoje desconhecida. O tempo passou para você,
Carlos Costa Filho! Contudo, tudo parece que ocorreu ontem e não há 19 anos!
Incrível, como as recordações felizes não me abandonam.
É meu filho, queria que
você voltasse a ser criança de novo, queria lhe dar mamadeira no colo de novo e
queria ver sua avó o consagrando ao Espírito Santo. Queria ver a Mira lhe
tirando nervosa da boca da cachorra ou você levando o dedinho rumo à tomada de
luz e ela dizendo-lhe que era perigiso. Do seu primeiro ano de vida, também
guardo lembranças gostosas: contratamos um clube na Vila Municipal e você
estava tão feliz, sorrindo com e para todos os convidados adultos, mas
brincando com os filhos deles em um parquinho de diversão. É uma pena que não se
lembre de nada disso. Mas ainda estou vivo para fazer-lhe lembrar do que acho
que seja importante. Contudo, o que pode ser importante para mim, pode não ser
para você, mas um dia será! Você será um adulto também e se derreterá de alegria e felicidade pelo seu filho
que ainda vai nascer, meu neto ou neta, não sei. Não tive a mesma sorte de ter
um pai que me fizesse lembrar que nasci nu, pobre e que o estudo e o trabalho
de criança infantil me fezeram diferente, responsável e equilibrado.
Hoje, reconstruo os
restos da vida que me deixaram para viver, juntando-a com a sua e fazendo uma
nova vida junto com sua mãe, Yara Queiroz!
Lindo!!!!!
ResponderExcluirCrónica linda
ResponderExcluirCrónica leve, gostosa e profunda. Parabéns e pslmas
ResponderExcluirLINDO MESMO,AMIGO CARLOS,TOPLUS oAMIZADES MUNDIAIS~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~
ResponderExcluirFalou tudo e disse... Show
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