segunda-feira, 16 de abril de 2012

"BELLA" E O TEMPO...!

“BELLA” E O TEMPO.

Hoje, tive uma terrível certeza de que também envelheci! Não sei como; não percebi o tempo passar, não me sinto velho, ainda, mas também não posso me dizer novo aos 52 anos de minha vida.
                               
Estou escrevendo isso porque dia 15/4/2012, revi “velhos amigos” novos com mais de 50 como eu – Cassiano Filho, Francisco, o “Chicão” e Roberto Coutinho, todos de cabelos grisalhos como o meu, a maioria com netos, mamadeiras sendo dados às crianças, alguns dormindo no colo de seus pais como meu filho tantas vezes fizera no meu, na comemoração de aniversário de Francisca Anunciação, filha de meu ex-patrão Cassiano Cirilo Anunciação, da época que fora Editor Geral do seu “Diário do Amazonas”, hoje comandado por jornalistas mais novos; mas, competentes também!

Ah, quantas saudades senti enquanto ouvia minha enteada, Bella Queiroz, interpretando a música “Ainda Bem”, de Marisa Monte, e depois cantando com sua voz suave e afinada a música tema do filme “Titanic”.

Bella Queiroz interpreta divinamente bem, também as músicas “Dio comi ti Amo”, também, mas sou cantou “Como nossos pais”! A cada música que acabava de cantar, era aplaudida pelos presentes, todos admirados com o timbre de sua voz! Eu sou um fã da voz de Bella Queiroz, também!

Lembrei-me de quando Bella, aos 15 anos, começou a ganhar concursos em “Karaokê” no Amazonas Shopping, depois em bares de Manaus, um em especial, na esquinas das Ruas Joaquim Nabuco com Tarumã, quando fora aplaudida de pé pela platéia e, logo depois, com esforço pessoal dela e de sua avó, Maria Luiza Queiroz, já falecida - a primeira mulher a tocar acordeom em estúdios de rádios em Manaus - e por contribuições de amigos e algumas feijoadas para arrecadar fundos, gravou e lançou seu primeiro CD “Depois...”, com uma música de sua autoria!

- Bella ainda batalha até hoje, mas é assim mesmo! Eu estou na batalha há 26 anos e somente agora que tive meu primeiro livro O HOMEM DA ROSA, indicado ao prêmio nacional!

Enquanto Bella interpretava, “Ainda Bem”, entrei em meu túnel do tempo e questionei sobre o porquê de esse mesmo tempo que nos amadurece nos envelhece também. Ah, tempo cruel!

Relembrei da filha de Roberto Coutinho, usando bota de ferro para corrigir problemas ortopédicos, entrando em minha sala, recolhendo todos os textos das manchetes de primeira página, altas horas da noite, subindo a escada e indo se esconder na sala de seus pais! Eu subindo as escadarias para atingir o segundo andar do prédio...

É que hoje, atônito, percebi que o mesmo tempo que cura ferida, cicatriza mágoas, nos torna mais dócil, é o mesmo tempo inventado pelos homens para contar passagem da história e, é, também o  mesmo invisível tempo que nos envelhece a cada dia.

Ah, tempo por que caminhas tão rápido quando sabes não tenho qualquer pressa para morrer? Tempo, por que não aguardas em qualquer curva da estrada dessa vida para que eu o encontre? Ah, tempo! O tempo não perdoa; envelhece e nos torna velhos pela pressa em correr cada vez mais rápido!

Como sei ser impossível parar o tempo, façamos um acordo, então: tu não me persegues e eu não te encontrarei! Nos encontraremos a qualquer dia. Com certeza!