quinta-feira, 19 de abril de 2012

CARLINHOS CACHOEIRA E "OS GRANDES PROCESSOS DO JÚRI"

Na década de 80 durante evento promovido pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil, no Hotel Tropical, em Manaus, o jurista amazonense radicado há anos no Rio de Janeiro, Carlos de Araújo Lima, que viera promover o lançamento de seu livro, “Os Grandes Processos do Júri”, em dois volumes,  narrando todos os processos em que atuara com sucesso e, portanto,  era,  dos participantes no evento,  um dos mais festejados naquela época.

Tendo ao meu lado o presidente da OAB no Amazonas, advogado José Paiva Filho e também o presidente do Conselho Federal da OAB, o jurista amazonense J. Bernardo Cabral, entrevistei o autor do livro. Minha primeira pergunta foi:

- Dr. Carlos, o senhor não tem receio de ficar marcado por defender tantos criminosos?

Ele me olhou espantado e respondeu:

- Não. Eu não defendo criminoso. Só defendo o direito de o criminoso ter direito a um julgamento justo.

Com essa resposta que o jurista me dera, torna-se compreensiva a declaração dada ao “Bom Dia Brasil” pela advogada Dora Cavalcanti, dizendo que Carlinhos “Cachoeira” não estava preocupado com a opinião pública sobre a questão política. “Ele está muito preocupado em provar que essas acusações não são verdadeiras e ele quer resgatar o respeito do qual ele era digno, lá em Goiânia “.Ah,  estava só defendendo legítimo direito de o bicheiro ter direito a um julgamento justo e imparcial.

Também é compreensível pelo mesmo prisma, que o senador Demóstenes Torres tenha informado aos jornalistas que o abordaram para entrevistá-lo no Senado, querendo saber se ele tinha alguma preocupação com o Conselho de Ética, dizendo: “não vou falar nada sobre isso agora. Vocês tomarão conhecimento de minha defesa”.

Cumprindo seu legítimo papel de defensora de Carlinhos Cachoeira, a advogada declarou que seu cliente só está preocupado em “resgatar o respeito que ele era dignitário em Goiânia” porque, como o Dr. Carlos Araújo Lima me declarou na década de 80, a Dra. Dora Cavalcanti não está defendendo os crimes de seu cliente, envolvido em muitas confusões e com muitos tentáculos, porque está defendendo apenas o direito de Carlinhos Cachoeira ter um julgamento justo. Ah, entendi!

Mas, quanto ao senador Demóstenes Torres, ele também só quer e lutará desesperadamente para permanecer no Senado, “provando sua inocência”, também, no Conselho de Ética.

Mas, sinceramente, não sei como o bicheiro e o senador conseguirão atingir seus objetivos com tantas provas contrárias aos dois e cada dia surgindo mais e mais!

Como me dissera o jurista Carlos Araújo Lima, nos anos 80 durante a entrevista: “eles não estão se defendendo dos crimes cometidos, mas estão defendendo o direito de terem um julgamento justo”.  Está tudo explicado, então!