domingo, 29 de abril de 2012

O RIO DAS VELHAS NA MINHA IMAGINAÇÃO!

Enquanto a professora de geografia explicava, escrevendo com giz branco em uma grande e imensa lousa verde, que “rio das Velhas” era brasileiro, localizado no Estado de Minas Gerais, tendo suas nascentes na Cachoeira das Andorinhas, no município de Ouro Preto, sendo o maior afluente em extensão do Rio São Francisco, desaguando em Barra do Guaicuí, no município de Várzea de Palma,  a fértil imaginação que já possuía em meus 14 anos de vida via, nitidamente, uma porção de mulheres acima do peso, idosas, usando roupas sem manga, com os vestidos levantados acima dos joelhos e presos em algum lugar de seus corpos imensos, levando roupas em pedras que existiriam no leito do rio.

O mesmo ocorria quando meu professor de história geral explicava para os colegas sobre uma das sete maravilhas do mundo antigo, os Jardins Suspensos da Babilônia. Visualizava, em minha imaginação, os vestígios de uma monumental obra arqueológica, uma das mais relatadas, mas que menos se conhece até hoje, exceto pelos poucos terraços arborizados, apoiados em colunas de 25 a 100 metros de altura, construídos por Nabucodonosor para guardar e consolar sua esposa preferida Amitis, que nascera no reino vizinho, e vivia com saudades de campos e florestas de sua terra e delirava só em imaginar um monte de plantas em cima de um castelo suspenso. Ah, como eu viajava sem sair de minha sala de aula!

Anos depois, em viagem de ônibus, cruzei uma ponte sobre o Rio das Velhas e fiquei decepcionado, pois não era  nada do que meus sonhos a imaginação fértil de  meus 14 anos de vida me mostravam e eu chegava a visualizar àquelas mulheres suadas, esfregando as roupas em cima das pedras com seus enormes braços balançando para um lado e para outro, como se estivessem dando adeus para algum desavisado que as estivessem olhando naquela cantoria que também eu imaginava que existisse.

Mas era somente um rio estreito no verão, igual a muitos que conheci viajando de ônibus pelo nordeste do Brasil e sem velhas lavadeiras que existiam em meus delírios adolescentes. Mas desde então, fiquei com trauma de mulheres obesas usando roupas sem mangas porque as imagino todas como se lavadeiras fossem!

Eu as aceito, mas não tolero senhoras idosas, obesas, usando roupas sem manga porque tenho a impressão que meu sonho de menino-adolescente está de novo se concretizando na minha frente!

Talvez, seja também, porque tive uma professora de matemática muito obesa que, quando chamava alguém à mesa para levar bolo de palmatória na mão, o braço dela era tão gordo, mais tão gordo, que a parte debaixo dele, o famoso “tiauzinho”, balançava. E ela costumava usar vestidos sem mangas.

Quanto aos Jardins Suspensos da Babilônia ainda não os conheci, mas acho que vou me decepcionar também, como foi minha decepção ao conhecer o Rio das Velhas. Antes não tivesse conhecido!

Eu ainda teria em minha imaginação de adolescente e o mesmo sonho infantil!